Você sabia que o corpo da mulher tem testosterona? Sim, apesar de ser conhecido como o hormônio masculino, a testosterona também está presente no organismo da mulher, mas em pequena quantidade.

Nesse sentido, como todos os outros hormônios, a testosterona feminina tem um importante papel para regular as funções biológicas do corpo e auxiliar no processo de reprodução.

Portanto, se há um desequilíbrio hormonal e os níveis deste hormônio variam para cima ou para baixo, pode haver riscos à saúde da mulher.

Confira no texto abaixo tudo sobre o assunto e qual a relação da testosterona feminina com a gravidez.

O que é testosterona feminina?

A testosterona é um hormônio esteroide produzido em grande quantidade no homem, e por esta razão explicam às características típicas masculinas como:

- Maior massa muscular;

- Desejo sexual elevado;

- Grande quantidade de pelos no corpo;

- Voz grossa.

Contudo, ao contrário do que muita gente pensa, a testosterona feminina também é fundamental para as mulheres, mesmo que seja em doses de 20 a 30 vezes menores do que nos homens.

É importante mencionar também que, no corpo feminino, os hormônios androgênicos (masculinos) que formam a testosterona, diminuem gradativamente com o passar da idade.

Dessa forma, aos poucos gera um estado de deficiência que pode se manifestar com a diminuição da função sexual, falta de energia, perda de massa magra, ganho de gordura e perda de massa óssea.

Nesse sentido, o desequilíbrio da testosterona feminina pode ter consequências sérias, tanto físicas como mentais, prejudicando a saúde da mulher.

Quais as funções da testosterona feminina?

O organismo feminino produz androgênios a partir das glândulas suprarrenais, ovários e também da conversão periférica de precursores androgênicos (tecido adiposo). Assim, na fase reprodutiva as mulheres produzem testosterona da seguinte forma:

- 25% pelos ovários (estimulados pelo LH – hormônio da hipófise);

- 25% pelas glândulas suprarrenais ou adrenais;

- 50% pela conversão periférica da androstenediona e da DHEA.

No entanto, após a menopausa a produção de testosterona cai de forma significativa, mas continua sendo produzida em menor quantidade. Dessa forma, a testosterona feminina segue agindo para regularizar algumas funções biológicas do corpo como:

- Libido;

- Massa muscular;

- Disposição física;

- Emagrecimento;

- Densidade mineral óssea.

Quais os efeitos da testosterona no corpo feminino?

É importante lembrar que mesmo que a quantidade de testosterona da mulher seja pequena, ela é fundamental para executar as funções biológicas já citadas acima.

Assim, os médicos condenam utilizar o hormônio para melhorar a performance na academia ou ficar mais disposta para o dia a dia.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), recomenda-se o uso do hormônio somente em casos de mulheres na menopausa e na pós-menopausa com Síndrome da Excitação e Desejo Sexual Hipoativo. Desta forma, o diagnóstico será feito a partir de sintomas como redução significativa de interesse sexual, recusa da iniciativa do(a) parceiro(a) e redução de excitação durante o ato sexual.

Qual exame mede a testosterona feminina

Além do diagnóstico clínico, o médico também pede exames de sangue para avaliar a presença do hormônio. Desta forma, normalmente são solicitados testes de dosagem da testosterona livre e da testosterona total.

A testosterona livre é quando o hormônio está disponível no organismo para poder exercer suas funções no corpo. De maneira geral, ela corresponde de 2 a 3% da testosterona total presente em cada mulher.

Da mesma forma, outros exames podem ser recomendados para avaliação médica como:

- Densitometria óssea;

- Colesterol Total e frações;

- Triglicérides;

- Glicemia / Hb glicada / Teste de tolerância oral à glicose;

- Perfil hormonal completo.

Níveis de testosterona: saiba mais

Como já vimos antes, é muito importante estar com os níveis adequados de testosterona feminina no organismo, pois o hormônio executa diversas funções metabólicas nas mulheres.

Nesse sentido, quando algo não vai bem é indicado que seja feita uma investigação mais criteriosa nos níveis da testosterona feminina para saber se está baixa ou elevada.

A seguir, vamos explicar as causas e os sintomas do desequilíbrio deste hormônio.

Testosterona alta

A mulher pode desconfiar que há aumento nos níveis de testosterona quando começa a ter alteração no ciclo menstrual e apresentar sintomas masculinos, como presença de pelos no rosto ou voz mais grave.

Portanto, é importante procurar um ginecologista assim que notar estes sintomas para que o médico avalie os níveis de testosterona. Sendo assim, após diagnosticar a causa do aumento do hormônio, é possível iniciar o tratamento mais adequado.

Vale ainda esclarecer que estas alterações podem surgir em qualquer fase da vida da mulher.

Veja as principais causas e sintomas da testosterona alta:

Causas:

- Hiperplasia adrenal;

- Doença trofoblástica;

- Cirrose;

- Hipertireoidismo;

- Ovários policísticos;

- Uso de algum suplemento de testosterona;

- Câncer de ovário;

Sintomas:

- Aumento de pelos corporais, inclusive com crescimento de pelos no rosto e no peito;

- Ausência de menstruação ou menstruação irregular;

- Pele oleosa e aumento da acne;

- Abortos espontâneos;

- Queda de cabelo semelhante à calvície dos homens;

- Mudança na voz, ficando mais grave;

- Aumento do clitóris;

- Alterações da ovulação, o que pode resultar em infertilidade;

Tratamento para testosterona alta

O tratamento para normalizar os níveis de testosterona alta pode incluir a diminuição ou interrupção da suplementação de testosterona, caso a mulher esteja utilizando o hormônio.

Além disso, em alguns casos, é feita uma suplementação de hormônios femininos como o estrogênio para equilibrar os níveis hormonais na mulher.

De acordo com a recomendação médica, outra grande alternativa é o uso da pílula anticoncepcional, pois pode ajudar a diminuir os níveis de testosterona no sangue.

No entanto, o tratamento é contraindicado para as mulheres com câncer de mama ou endométrio, sangramento uterino, tromboses e neoplasias androgênio-dependentes.

Contudo, também é possível diminuir esse hormônio de forma natural mudando o estilo de vida. Nesse sentido, fazer exercícios regularmente e diminuir o estresse diário também são importantes para regular os hormônios femininos sem ter que recorrer a medicamentos.

Além disso, para mulheres obesas ou com sobrepeso, é extremamente indicada a redução do peso por meio de dieta.

Testosterona baixa

Como já vimos anteriormente, a testosterona está presente nas mulheres, mas em menores concentrações. No entanto, a queda deste hormônio pode ocorrer em qualquer fase da vida e é extremamente prejudicial à saúde da mulher.

Veja abaixo as principais causas e sintomas da diminuição da testosterona em mulheres:

- Menopausa;

- Insuficiência adrenal;

- Uso de anticoncepcionais hormonais;

- Retirada dos ovários;

- Insuficiência parcial dos ovários em produzir testosterona;

- Medicamentos como antidepressivos, estatinas, estrogênios, antiandrogênicos e glicocorticoides;

- Hipopituitarismo;

- Estresse excessivo;

- Menopausa precoce;

- Anorexia nervosa;

- Artrite reumatoide;

Síndrome de imunodeficiência adquirida (AIDS);

Sintomas:

Perda de massa muscular;

Acúmulo de gordura corpórea;

Diminuição do desejo sexual;

Dificuldade para atingir o orgasmo;

Desinteresse generalizado, que pode ser confundido com depressão em alguns casos;

Diminuição da autoestima e da autoconfiança;

Diminuição da massa óssea;

Fraqueza.

Tratamento para testosterona baixa

Existem várias formas de estimular a produção natural do hormônio tanto por meio da melhora na qualidade de vida, por meio de suplementos e medicamentos como o uso de comprimidos, adesivos, géis, injeções e implantes. Da mesma forma, em alguns casos, deverão ser suspensos o anticoncepcional hormonal tomado pela via oral.

É importante esclarecer que mulheres devem apenas receber testosterona quando possuem alguma disfunção como a Síndrome da Excitação e Desejo Sexual Hipoativo (apenas nas perimenopausas). Ou, então, quando fazem reposição de hormônios ovarianos na menopausa com o estradiol e progesterona.

Confira abaixo as diferentes possibilidades de tratamento da testosterona baixa:

- Reposição hormonal com testosterona e outros hormônios em um período curto, e com supervisão médica;

- Uso de géis vaginais para o favorecimento da resposta sexual;

- Suspensão do anticoncepcional hormonal tomado pela via oral, se for esse o motivo;

- Melhoria do estilo de vida;

- Emagrecimento;

- Fortalecimento muscular;

- Prática de exercícios de alta intensidade.

Vale alertar que ainda não há estudos sobre a segurança do uso do hormônio por períodos mais longos em mulheres. Nesse sentido, diversas hipóteses são levantadas como riscos cardiovasculares vinculados a eventos tromboembólicos, hepatopatias e possibilidade do surgimento de alguns tipos de câncer.

No entanto, os principais efeitos colaterais confirmados associados ao tratamento com testosterona são a piora da acne e o hirsutismo (crescimento excessivo de pelos).

Quando repor a testosterona feminina?

A reposição da testosterona feminina é somente em tratamentos médicos. Nesse sentido, 8 sociedades científicas e a Anvisa emitiram documentos ao Conselho Federal de Medicina pedindo a regulamentação do uso de hormônios para fins estéticos e de performance.

Por isso, a consulta com o especialista é indispensável.

Como repor a testosterona feminina

O principal objetivo da reposição de testosterona feminina é promover um alívio de sintomas e a melhora no tratamento da paciente. Nesse sentido, o tratamento consiste na reposição sintética do hormônio, que pode ser feita através de:

- Comprimidos: remédios que devem ser ingeridos oralmente, diariamente;

- Gel: o paciente precisa passar o produto no seu corpo para que a pele possa absorver;

- Injeções: aplicadas periodicamente para suprir a deficiência identificada;

- Adesivos: colocados na pele.

Testosterona e fertilidade feminina: qual a relação?

É muito importante ressaltar que a testosterona é o hormônio responsável por manter a libido e controlar o desejo sexual. Nesse sentido, os níveis de testosterona feminina sobem nos dias prévios à ovulação, favorecendo as chances de gravidez, no período fértil.

Como já explicamos, as mulheres produzem testosterona feminina através dos ovários. No entanto, se os níveis de testosterona feminina sobem, podem alterar ou bloquear a ovulação e até gerar aborto de repetição.

Além disso, o uso de testosterona pode ser realizado como adjuvante em tratamentos de Reprodução Assistida. Alguns estudos sugerem que seu uso em pacientes com baixa reserva ovariana pode melhorar a qualidade dos oócitos coletados durante a Fertilização In Vitro.

Fonte: www.nilofrantz.com.br

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